“Que as crianças se encantem com os livros, e a gente possa ter uma nova geração de leitores e cidadãos ávidos por cultura. Essa é a nossa perspectiva.” Leo Cunha

Por Daniel Xavier

Na manhã desta sexta-feira (3/5), alunos de diversas escolas da rede municipal de ensino puderam usufruir da programação infantojuvenil do primeiro Flipetrópolis. De contação de histórias a espetáculos cênico-musicais, cerca de 1.500 crianças estiveram presentes, lotando o espaço do Palácio de Cristal. Entre as atrações, teve a segunda apresentação do Grupo Teatro Livro Aberto; o lançamento do projeto inclusivo “Contando e cantando os sonhos de Dumont”; e a reunião entre os escritores Tino Freitas, Leo Cunha e Rafael Nolli no painel “Era uma vez três”.

A ideia da programação foi de trazer escritores importantes do nicho, com uma diversidade de propostas e estilos. Que vêm de vários lugares do Brasil, com uma bagagem única que enriquece o Festival. E a participação das escolas é importante, pelo engajamento no fomento da leitura. Que as crianças se encantem com os livros, e a gente possa ter uma nova geração de leitores e cidadãos ávidos por cultura. Essa é a nossa perspectiva”, declara Leo Cunha, que também é curador da programação infantojuvenil.

O painel “Era uma vez três”, inclusive, foi o maior dentre os programados para a parte desta manhã. Com o Auditório 1 completamente lotado, com cerca de 500 crianças, os três escritores contaram histórias e interagiram com o público a partir de seus livros para o público infantojuvenil. A participação dos pequenos presentes foi envolvente.

“Há muitos fatores que obstruem o maior engajamento das crianças no mundo da leitura. O trabalho feito nas escolas é essencial, mas é necessário que ele seja fomentado de outras formas. E o Festival é mais um passo. Tem de haver uma inclusão, em todos os sentidos. Elas têm de se sentir pertencentes. E a gente vê o resultado disso pelo engajamento e entusiasmo delas quando estão aqui”, defende o escritor Rafael Nolli.

Inclusão

Acessibilidade é a palavra que resume o lançamento do projeto “Contando e cantando os sonhos de Dumont”, feito no Flipetrópolis durante a manhã desta sexta-feira (3/5). De autoria da escritora petropolitana Catarina Maul, a obra, que leva o mesmo nome do projeto, descreve a vida e os feitos do inventor Santos Dumont, que tem íntima relação com a Cidade Imperial. O evento ainda teve contação de histórias do livro pelos atores e músicos Simone Gonçalves e Guido Martini.

A obra também ganhou versão adaptada em braille e com fontes aumentadas para pessoas com baixa visão, por meio da Lei Paulo Gustavo. No painel, cerca de 150 alunos de Petrópolis receberam a obra das mãos da autora. “É uma entrega que significa muito. Todas as pessoas têm direito à leitura, e isso tem de ser defendido. Abre o pensamento de que temos de nos adaptar e criarmos mecanismos para incluir todos. Só tenho a agradecer ao Festival, que proporcionou essa oportunidade única”, afirma Catarina Maul.

A responsável pelo Departamento de Inclusão da Secretaria de Educação de Petrópolis, Patrícia Quintela, conta que cinco kits do livro serão entregues nas salas de leitura das escolas públicas e na biblioteca municipal. “Quando a gente faz este tipo de ação, estamos mostrando a essas crianças que elas são vistas, têm identidade. Que é possível que eles possam participar de todos os eixos da sociedade”, declara.

Companhia teatral

O Grupo Teatro Livro Aberto também se apresentou na manhã desta sexta-feira, com a peça “Se as coisas fossem mães” no Auditório 2. Autointitulando-se “cantadores de histórias”, a companhia promoveu um espetáculo cênico-musical, que foi marcado pela interação bem-humorada com as crianças. Esta foi a segunda apresentação promovida pela companhia teatral no Flipetrópolis.

Rosa Müller, uma das atrizes do grupo, destaca o simbolismo de se apresentar em um festival literário na sua cidade natal. “É uma emoção indescritível. Poder dar seguimento ao trabalho da Sylvia (Orthof), escritora petropolitana que idealizou o projeto e criou o grupo, de forma tão calorosa para as nossas crianças, é uma honra. Faz com que a gente sinta que ela segue viva”, conta.

Foto: @alnereis

Sobre o Flipetrópolis

A primeira edição do Flipetrópolis foi viabilizada pela Prefeitura de Petrópolis, o patrocínio do Grupo Águas do Brasil e o apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Todas as atividades realizadas dentro do Flipetrópolis são gratuitas. Com a curadoria de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti e Leandro Garcia, acontece entre os dias 1.º e 5 de maio de 2024, no Palácio de Cristal.

Serviço:

Festival Literário Internacional de Petrópolis – Flipetrópolis
De 1.º a 5 de maio de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Palácio de Cristal – R. Alfredo Pachá, s/n – Centro, Petrópolis / Programação Digital – YouTube, Instagram e Facebook – @flipetropolis
www.flipetropolis.com.br
Entrada gratuita