Nome confirmado do primeiro Festival Literário Internacional de Petrópolis, Paloma Jorge Amado tem o costume de escrever crônicas dominicais. Inspirada por sua vivência no Flipetrópolis, a escritora dedicou algumas linhas para o Festival, bem como aos autores que passaram pelo evento, realizado na cidade fluminense entre os dias 1.º e 5 de maio de 2024. Confira!
Crônica de domingo, 5 de maio de 2024: ABC das gentes que escrevem livros e amizades a Flipetrópolis
Esse é um ABC sem rimas, porque a tcheco-baiana que vos escreve não nasceu com o dom maior que é o da poesia. Mas gosto do gênero, o vejo amoroso, não pensei em outro melhor para contar estes quatro dias de sonho e encantamento que passei na cidade de Petrópolis, no Palácio de Cristal, participando da FLI Petrópolis.
Afonso Borges
Como bom big boss que é, tem nome para vir em primeiro lugar. É o homem do sorriso tão franco e permanente, que é só olhar para ele que a alegria vem. Pois o conheço há mais de 20 anos, ele promoveu lançamento de meu livro de cozinha baiana em BH, incluindo a mim e a minha irmãzinha Dadá no seu “Sempre um Papo”, foi uma entrevista inesquecível. Pois Afonso, com Sérgio Abranches e Tom Farias, deram de organizar FLIs e é um sucesso sem fim. Esta é a primeira fora das Minas Gerais, e já nasceu superando as expectativas de participação de público e debastes. Espero que cheguem à Bahia, onde outras FLIs já existem, mas nunca é demais!
Ailton Krenak
“O senhor poderia assinar este livro para minha filha?”, perguntei a ele, que estava calado. Imediatamente começou a falar com a menina a seu lado, mostrando uma araucária lá no alto do morro. Parei para ouvir a explicação, disse a ele que minha filha mora numa fazenda de araucárias. Então ele sorriu com simpatia. Guardei o livro, sem autógrafo, e fui me sentar para assistir a mesa que começaria em minutos. Ele se sentou a meu lado. Puxei assunto. Contei que minha filha catava pinhões outro dia, quando apareceram 20 caititus, disputando com ela a iguaria. Achei a foto no celular e mostrei. “A terra deve ser muito boa, o caititu não vai a terra ruim”, ele disse. Puxei de novo o livro, disse que era para a moça dos caitutus e ele assinou em seguida. Foi entrevistado por Miriam Leitão, foi sensacional! Um prazer, uma honra conhecê-lo. Ailton Krenak que já rimava com floresta, para mim será a melhor rima de araucária.
Ana Lúcia Guerra e Yete Maria
Minhas amigas de infância, Ana mora em Correias, Yete no mesmo prédio de Copacabana onde convivemos por tantos anos dos anos 50 aos 60. Nunca perdemos contato, nem nos tempos sem internet. (Para os mais novinhos, devo contar que existiu um tempo em que não havia celular, nem chat, nem wapp, nem instagram… nem computador existia…) Mas bem, ao saber que eu iria a Petrópolis, Ana marcou encontro, chamou Yete para vir do Rio para me ver. Apesar da agenda cheíssima, muitas mesas interessantes por dia (todas!, esse Afonso é um doido), fiz um intervalo nas palestras e fui a um almoço festivo em sua casa. Yete me buscou com o marido Tatão. Conheci a família e os amigos, ensinei fazer um envelope/estrela/carta em origami, comi muito bem, visitei o orquidário lindo e dei muitos abraços bem apertados. Papo em dia, voltei para mergulhar na literatura.
Ana Maria Machado
Que ser mais adorável é Ana Maria. Como meus pais gostavam dela, como conversávamos sobre seu talento e força de trabalho. Não nos víamos há anos e era como se fosse ontem a última despedida. Muitos assuntos importantes a conversar, o tempo entre as palestras não deu conta. Voltaremos a nos ver para falar da mistiçagem, que nos parece muito desprezada, até mesmo desrespeitada. Duas mestiças como nós, precisamos pensar em como abrir o assunto para ser bem debatido. Pedi conselhos, ela deu. Foi bom abraçá-la e trocar os carinhos de gente que se gosta. E Ana Maria rima com Bahia, coisa boa.
Andrea Pachá
A princesa de Petrópolis, trouxe mãe, pai e irmã médica — lindos os três! — para nos apresentar. Alegria tê-la perto, poder contar dos aperreios e dificuldades de um processo, ouvir sua boa palavra. Ai, Pachá, preciso te ver mais. A melhor rima aqui seria Araxá, onde tem FLI também. Que tal, Afonso, convidar nós duas para lá?
Cármen Lúcia
Ma belle Cármen, gosto de falar com ela em francês. Coisas de gente meio maluquinha. Foi rápido, um instantezinho só. Um autógrafo no livro novo para meu neto que estuda para ser seu colega. Um carinho, uma palavra, um sorriso de Cármen são para mim cura e energia renovada. Bastou essa fagulhazinha, para eu voltar para a Bahia plena.
Carla Camuratti
Fomos vizinhas um dia, mas não nos conhecíamos. Minha Cecília, que é cineasta, antes de eu sair de Salvador, me disse: ” Mãe, você vai adorar ela. Eu sou fã demais, importantíssima não só para o nosso cinema, mas abrindo caminho para nós, mulheres cineastas. Ela é uma diretora nata, dirige não só cinema, teatro, mas tudo o que está à sua volta”. A descrição não poderia ser mais perfeita. Estávamos juntas assistindo Silvana Gontijo com as crianças e ela saiu para tomar providências de ligar os ventiladores, e mais umas coisinhas. Linda! Lindíssima! Que pena ter perdido o tempo da vizinhança, teríamos conversado sobre tudo que há nesse mundo. Carla Camuratti, gostei muito de ti.
Carla Madeira
A Carla Madeira é a pessoa mais clara com as palavras que eu já ouvi. Um pensamento extremamente lúcido transmitido de forma inconteste. Adorei! Vou precisar de uma crônica inteira para falar dela e do seu conceito de escrever com o corpo. Adorei! Será a crônica da semana que vem. Adorei! (já disse isso?). Além de inteligente e brilhante, é linda e excelente escritora! Viva Carla Madeira, que rima com Mangueira, minha árvore e escola de samba favoritas!
Conceição Evaristo e Andrea
Conheci Conceição e sua assessora Andrea (não consigo separá-las) na FLI Paracatu, quando pudemos conversar muito, além de ter o privilégio de ouvir suas sábias palavras. Isso voltou a acontecer, e eu pude cobri-la de beijos e à Andrea também. Quanta alegria. É isto!
Chico Mendonça e sua mulher
Sabe uma pessoa com quem você conversa pelo wapp (no nosso grupo “Literatura & Liberdade””, coordenado por… Afonso Borges, é claro…) e morre de vontade de conhecer? Pois é, este é Chico Mendonça, que ainda por cima trouxe sua mulher, queridíssima. Foi muito papo gostoso, almoçando na casa do autor. Adorei.
Cris Olivieri
Não via Cris há tempos. Amiga que conheci através de Rina Angulo, minha querida de quem sempre falo (ah! como ela teria gostado de vir a esta Festa!). Veio rapidinho, mas foi bom estar com ela e dar um beijo estalado em sua bochecha. No auditório cheio para a entrevista de Ailton Krenak, ela sentou-se no chão ao pé de mim. Fotografei para Rina ver essa lindeza de amiga.
Eliana Alves Cruz
Que beleza, que delicadeza, quanta firmeza em seu pensamento tão coerente. Ver e ouvir Eliana falar é um privilégio. E que moderadora de mesa tão eficiente e pertinente, trazendo vieses outros para os temas. Uma luz.
Estevão Ribeiro
Jovem bonito, falando bonito, gostei de ver e ouvir. E gostei de seu canto e simpatia nas conversas e cantorias da Casa do Autor. Prazer em conhecê-lo.
Fabrício Conde
Um prazer também conhecer Fabrício, violeiro que encantou os Encontros de Violeiros, não somente com sua música, mas também com histórias divertidas e interessantes. Tomávamos café da manhã todos os dias juntos, eu falando feito uma matraca, ele ouvindo com atenção. Como são muitas as programações, não pude ir aos Encontros, mas o Marco Lobo me contou uma história divertidíssima do seu sítio e do vizinho que tinha uma curicaca que morreu e depois ressucitou. Me deu uma pena danada não ter conversado mais com ele. Fica para uma próxima, amigo. Mas onde, Fabrício Conde?
Flavia Oliveira
Pensa num abraço desejado, ansiado mesmo. Quando ele chega, é maior e melhor do que o imaginado. Pois esse foi o abraço que recebi — e dei! — em Flávia Oliveira, que via pela primeira vez, mas com quem converso de vez em quando. Uma emoção absolutamente sincera que explodiu no meu coração. O meu abraço número um foi de meu pai, quando me salvou da apatia aos 5 meses de idade. Inesquecível! Juntava a ele os abraços das filhas, dos netos, da mãe, do Juca meu mano, de Rina e Caçula, minhas amigas e não somavam 10 melhores abraços da vida. Agora, Flávia, cheguei lá graças ao seu.
Frei Betto
Meu amigo querido, Frei Betto era outro que eu não via há tempos. É ele quem me dá notícias de Raduan, e eu acho que Afonso o trouxe à FLI Petrópolis para mim! Pedi e ele aceitou levar o livro artesanal e entregar em sua próxima visa. Sua passagem foi meteórica, só deu tempo para um abraço e entregar as prendas literárias. Muito afeto.
Itamar Vieira Junior
Talvez de todos os autores presentes, Itamar seja quem eu veja com mais frequência, mesmo assim muito menos do que eu gostaria. Tanto em uma mesa de debates, quanto pessoalmente, adoro ouvi-lo e fazer graça com ele. Bom te ver, Itamar.
Jamil Chade
Jamil é um querido antigo, começando pela imensa admiração ao grande jornalista. Mas depois de conhecê-lo pessoalmente no ano passado, fiquei rendida pelo grande homem que é. Que pessoa mais agradável e engraçada! No sábado me anunciou que à noite, na farra pós palestras, o Tino ia tocar forró e nós íamos dançar. Mas não aconteceu… Voltei ao hotel para arrumar as malas, tomar uma ducha “chô cansaço”, e depois voltar para a farra. Já ía me vestir quando minha filhota ligou. Deitei-me na cama para falar com ela e a ducha tomou rumo errado, virou “venha cansaço”. Dormi! Desculpa, Jamil. Prometo um forrozinho em Araxá. Viu Afonso?
Jefferson Tenório e Taiane Santi Martins
Ouvir Jefferson Tenório falar foi incrível. Acompanhara todo o assunto da censura perversa ao seu livro, tema que sempre me deixa estomagada, tantas são as histórias de censura envolvendo minha família, mas não o conhecia pessoalmente. Que homem extraordinário. Coloquei Taiane aqui com ele, fora da ordem alfabética, porque não a conheci, não a ouvi falar, mas escutei as palavras lindas que Jefferson disse sobre sua mulher. Aliás, foi uma FLI cheia de casais escritores. Agora vou mergulhar em sua literatura.
Joana Silva e Tom Farias
Na FLI Paracatu fui apresentada a Joana Silva e seu marido Tom Farias. Um dia ele chegou para mim e disse que eu parecia sogra dele. Achei graça e perguntei se isso era bom ou ruim. “Bom, é claro!”. Foi assim que Joana tornou-se minha filha. Ontem as Carlas (Camuratti e Madeira) me perguntaram se ela era filha por mim parida, ambas estavam duvidando disso. Eu respondi que se tivesse tido uma filha com Caniço, mulato lindo, alto, um cabelo black power igual ao que ela usa, com quem namorei na juventude, ela poderia ter nascido de mim, mas não ocorreu. O mais engraçado é que o personagem principal de “Toda a fúria”, livro de Tom, chama-se Caniço! Ele dividiu a mesa comigo, falou de Carolina Maria de Jesus, seu principal sujeito de pesquisa. Foi interessantíssimo. Que Deus os abençoe e Oxalá os cubra de axé.
João Cândido Portinari
Emoção pura ver João Cândido me falar com lágrimas nos olhos depois da minha mesa. Nossos pais foram tão amigos, e essa amizade se estendeu em nós, que ficamos assim, completamente tomados dos melhores sentimentos quando nos vemos. Junto com Cármen Lúcia, assinou o livro para meu neto. Assim essa amizade vai se passando pelas gerações. Te amo, João Cândido.
Maria Edina Portinari
No sábado, sentei-me perto de Maria para assistir às falas de Cármen Lúcia e João Cândido, na mesa brilhantemente mediada por Jamil Chade. Olhei de relance e vi minha mãe, que sempre foi bonita que nem ela. A visão me emocionou e esta emoção cresceu quando ela começou, assim como mamãe fazia, a dar o ponto para João Cândido, seu marido, lembrando nomes e detalhes da fala. Os casais que são muito unidos têm essa cumplicidade amorosa. Obrigada, Maria Edina, te amo.
Kakay
Não tinha lido o nome de Kakay na programação e de repente vejo aquele ser adorável passar. Feito um relâmpagio, ele chega, troveja, encanta e vai embora. Vou pedir para jogarem os búzios para ele, posso apostar que Yansã e Xangô disputam sua cabeça.
Leo Cunha
Ai, Leo, como eu queria te conhecer e te abraçar. Foi bom demais falar com você pessoalmente, dizer da minha admiração e afeto. Vamos para Araxá? Vamos sim, não é, Afonso?
Livia Sant’Anna Vaz
Das águas de Aioka surge Lívia, e eu penso em Mar Morto, na mulher de Guma. Essa moça baiana é de uma perfeição poucas vezes vista. Junta inteligência, beleza, desenvoltura e simpatia numa só pessoa. Só podia mesmo ser filha de Yemanjá. Penso que conhecê-la é um privilégio, e com seu sorriso ganho o meu dia.
Maria Sofia
Sábado cedo foi a entrega dos prêmios para os alunos de escolas de Petrópolis. Eram três categorias de escrita e três de desenho, crianças divididas pela idade. A primeira premiada, uma menininha de 4 anos, fez um desenho lindo sobre o tema: Literatura & Liberdade, tema esse que servia para as demais categorias de desenho e redação. Antes de começar a entrega, uma senhora chegou perto de mim pedindo para tirar uma foto, se dizendo fã. Depois me disse que sua filha Maria Sofia era uma das finalistas do concurso. Foi premiada e eu pulei aos gritos, como se minha filha fosse. Tinha troféu e prêmio em dinheiro. Coisa para criança nenhuma esquecer. Afonso sabe fazer as coisas.
Marianna Madeira
Tive uma sessão de autógrafos, onde apareceram mãe e filha. A menina, de 17 anos tinha um presente lindo para mim, uma camiseta da “Mãe Gata e seus dois Gatitos”, queria me mostrar uma coisa… Era uma tatuagem da assinatura de papai em seu braço. Desde que lera o primeiro livro, tornara-se fã. O presente de aniversário foi uma viagem para a Bahia com visita à Casa do Rio Vermelho. Como respirar depois disso? Papai morreu há 23 anos, 6 antes da menina nascer. Além de sua admiração por papai, sinto grande orgulho do trabalho que fazemos, João Jorge e eu, para que sua obra continue atingindo a juventude. Marianna querida, muito obrigada do fundo do meu coração.
Miriam Leitão, Matheus Leitão e Sergio Abranches
Deixem-me falar desta família querida como um afeto tão grande que dá para três e ainda sobra. Tenho tanta, mas tanta admiração pelos três que nem sei como me expressar direito. Miriam eu sigo há anos, é uma jornalista em quem confio cegamente, uma referência sempre. Seu filho Matheus e seu marido Sérgio, conheci no ano passado, são também grandes, talentosos e com o melhor dos pensamentos sobre o Brasil. Sérgio me encanta com suas histórias da natureza, dos passarinhos. Os franceses diriam: Chapeau! Eu completaria com: Amor.
Marco Lobo
Fui apresentada ao percursionista baiano, companheiro de tantos grandes nomes do cenário musical brasileiro, no primeiro dia. Afonso estava feliz em poder fazer um “Encontro de Violeiros”, com aulas espetáculo e apresentações. Marco foi o curador da parte musical. Tive o prazer de viajar com ele de volta de Petrópolis ao Galeão e de lá, no mesmo avião, para nossa Salvador. Ganhei um amigo. Um? Acho que vários. Imaginem que a mãe dele é devota de Guadalupe como eu!
Marta Lagarta
Escritora de livros infantis, tive a alegria de conhecer Marta no primeiro dia, no café da manhã. Conversamos muito, ganhei um livro lindo! Obrigada, querida.
Morgana Kretzman e Paulo Scott
Reuno os dois autores, que tive o prazer de ouvir em separado e depois juntos, como um casal de escritores. Esses gaúchos são retados, defendem o Brasil e o nosso povo. Achei Paulo tão sisudo, na primeira vez, mas quando em casal… declarou-se apaixonado, recitou até música baiana. Adorei. Quero ir conhecer a maior queda dágua que existe e está na terra de Morgana.
Nadia Gotlib e Silvana Gontijo
Preciso juntar as duas, pois comigo formamos as “Irmãs Cazajeiras”” das FLI do Afonso. Andamos em três o tempo todo, nos apoiando e “apapachando”. Foi a alegria maior do mundo podermos conviver “nestes dias. Sem palavras para tanto afeto.
Rafael Nolli e Thaís
Rafael e Thaís também estavam na minha pousada, a Palácio de Cristal. Tomamos café da manhã juntos todos os dias. Gostei de muito de ouvi-lo falar. Thaís, sua mulher me contou de seus gatos. Gateiros quando se encontram só faltam babar.
Ricardo Ramos Filho
Meu querido primo Caco, escritor de mão cheia, foi ele quem moderou a minha mesa com o Tom. Primoroso, como sempre. Ficou tudo em família, mas deu certo.
Rodrigo Santos
Mais um comensal do café da manhã, sempre acompanhado do filho, um lindo rapaz. Nos encontramos bastante pelo Palácio de Cristal, e sinto que nossa amizade é para sempre.
Rosiska Darcy de Oliveira
Um dos meus maiores desejos era conhecer Rosiska pessoalmente. O abraço foi de quem já se conhecia há tempos. Que linda ela é, que palavra brilhante e justa. Me chamou para estar com ela em um trabalho para a ABL. Não poderia querer nada melhor do que ajudá-la em sua empreitada. Linda Rosiska, amiga e mestra.
Scholastique Mukasonga
Não chegamos a ser apresentadas, mas a mesa da escritora ruandesa com Conceição Evaristo ficará para sempre em minha memória, pela beleza e emoção de suas palavras. Felizmente o francês é minha segunda língua, e foi muito bom a comunicação ter sido direta. Achei graça de saber de seu espanto quando foi jantar e os escritores (nós) tínhamos nos transformado em cantores, musicos e dançarinos. Queria saber o que era aquilo, e ao ser informada que teria a farra do fim do dia todas as noites, não podia acreditar. Comprei seus livros para Rina e para mim, quando fui atrás do autógrafo, ela já tinha ido embora.
Simone Paulino
Minha alma gêmea, amiga tão parecida comigo que só vendo. Mas acompanhava Scholastique, ficou pouco tempo, quase não nos vimos. Morri de pena. Precisamos ir juntas para Araxá.
Tina Correia
Silvana chegou perto de mim e me deu um livro. Era “Essa menina”, livro premiado de escritora Tina Correia, sergipana, ex-presa do episódio de Ibiuna, onde minha querida Maria Sampaio também foi presa. Todos os elementos me identificavam com ela, que veio logo se sentar ali, assinar meu livro e bater um papinho. Quero muito reencontrá-la, um encanto de pessoa.
Tino Freitas
Saímos juntos de Salvador, para chegar em Petrópolis, depois de uma Bienal da Bahia na véspera. Amo Tino Freitas, e agora que soube que ele tem a idade de minha primogênita, fiquei com amores de mãe por ele. Mais um filho dedidcado e delicado que Afonso me dá. Já estou com muitas saudades dele.
Trudruá Dorrico
Cara de menina numa mulher com tanta sabedoria. Seu jeito me lembra o de minha avó Lalu, cuja mãe era indígena Pataxó. Iguais os cabelos negros escorridos, a estatura pequena e magra, de uma inteligência evidente. Sempre gosto muito quando expõe seu pensamento. Levei a ela uma questão para saber sua opinião. Contei que o livro “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, de papai, foi traduzido para o Guarani, no Paraguai, onde é língua oficial, junto com o espanhol. Perguntei o que achava disto, o indígena lendo um livro não indígena, mas em sua lingua. Ela ficou de responder. Depois não deu tempo… E eu preciso encontrá-la e saber sua resposta. Trudruá, me escreve por favor! Um beijo.
Bom domingo a todos!