A trilha sonora do primeiro Flipetrópolis – Festival Literário Internacional de Petrópolis – foi marcada pela presença dos músicos Fabrício Conde, Marcos Assunção e Marco Lobo, curador do Festival Literário de Viola Caipira. A coexistência dos dois festivais tornou o mais importante evento literário de Petrópolis ainda mais completo, unindo literatura e música e ampliando as esferas da cultura presentes nos cinco dias de realização da festividade.
Todas as apresentações foram realizadas às 22h, após o término das palestras da programação Nacional/Internacional do Flipetrópolis. Realizadas no Auditório 2, próximo à área destinada aos autógrafos, o som inigualável da viola caipira embalava a espera dos leitores que queriam ter seus livros assinados por seus escritores preferidos. Após o “momento tiete”, os visitantes do Festival compuseram a plateia das performances, chegando mais perto de Conde, Assunção e Lobo. Ainda houve aqueles que, mesmo sem entrar nas filas – por vezes longas – para conseguir autógrafos com os autores, mobilizaram-se para ocupar as primeiras fileiras do auditório.
A realização do Festival Literário de Viola Caipira no Flipetrópolis aconteceu após o sucesso do evento musical em novembro de 2023, quando sua primeira edição, ocorrida no III Festival Literário Internacional de Itabira, o Flitabira, atraiu o público mineiro para celebrar o instrumento e o som que também têm suas histórias provenientes do estado de Minas Gerais. Vale ressaltar que todos os músicos participantes do Festival Literário de Viola Caipira são escritores, tendo publicado livros durante suas carreiras.
Fabrício Conde é violeiro, contador de histórias e escritor. Sua carreira conta com 6 discos autorais, 1 DVD e 2 livros publicados. Ao longo dos anos, trabalha para a divulgação da cultura popular brasileira, tendo se apresentado em vários países, como Bélgica, Holanda, Espanha, Alemanha, Argentina, Colômbia, Costa Rica e Chile. Suas publicações literárias são “O caminho das asas” (Roda e Cia) e “Causos, histórias e um pouco mais” (Franco Editora).
Marco Lobo é um percussionista baiano, multi-instrumentista e autodidata. Iniciou sua carreira em Salvador e vive no Rio de Janeiro há mais de 30 anos. Durante muitos anos, integrou bandas de artistas consagrados da música nacional e internacional. Com essa importante bagagem, em 2010, partiu para a carreira solo no Brasil e no exterior. Possui três CDs e um DVD lançados, ministra oficinas e workshops, cria e executa projetos musicais que fortalecem a música instrumental brasileira ao redor do mundo.
Marcos Assunção é instrumentista e compositor sul-mato-grossense. É graduado em música pela UFMS e pós-graduado em Educação Musical. O jazz, choro, a bossa nova, música erudita, música caipira e a regional são suas principais influências. Gravou três álbuns autorais, sendo o 4.º álbum instrumental em duo com o percussionista baiano Marco Lobo. Já percorreu vários países com concertos e ministrando workshop e masterclass. Lançou três livros com métodos inéditos: o “Viola brasileira nos volumes 1, 2 e 3”, pela editora Life. Ao expandir a viola caipira para inusitados horizontes sonoros e oportunizar o conhecimento resultante de um trabalho de mais de 20 anos com a música autoral, Marcos trabalha na concepção estética que enaltece a autenticidade, singularidade e contemporaneidade, revelando luminosos rumos para a música produzida no Brasil e no mundo.
O Instrumento Viola
A viola nasceu por volta do século XIII e chegou ao Brasil trezentos anos depois. Sua origem não é inteiramente conhecida, porém pensa-se que seja originária de instrumentos árabes. Saindo do Oriente Médio, passou pela Europa: Itália, Espanha e Portugal adotaram o instrumento como acompanhamento de cantigas e celebrações locais. Mesmo perdendo sua força nesses países, a viola ainda é um forte elemento da história musical local.
Saindo da Europa, a viola chegou ao Brasil no século XVI com a vinda dos colonizadores e, assim como no continente do outro lado do Oceano Atlântico, consolidou o instrumento como parte de suas comemorações. Com o tempo, a viola passou a ser ícone de referência do interior brasileiro, onde teve maior aceitação e implementação no fazer musical regional.
A viola manteve seu formato original mesmo ao longo de tanto tempo e com um percurso que atravessou continentes. Esse instrumento, embora seja marcante para diversos países, reflete a natureza do povo brasileiro: tem diversas raízes, passou por transformações e, diante de sua história, foi adaptada sem perder sua essência.
Sobre o Flipetrópolis
A primeira edição do Flipetrópolis tem o patrocínio do Grupo Águas do Brasil, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace e parceria da Prefeitura de Petrópolis. Todas as atividades realizadas dentro do Flipetrópolis são gratuitas. Com a curadoria de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti e Leandro Garcia, acontece entre os dias 1.º e 5 de maio de 2024, no Palácio de Cristal.
Serviço:
Festival Literário Internacional de Petrópolis – Flipetrópolis
De 1.º a 5 de maio de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Palácio de Cristal – R. Alfredo Pachá, s/n – Centro, Petrópolis / Programação Digital – YouTube, Instagram e Facebook – @flipetropolis
www.flipetropolis.com.br
Entrada gratuita