“O intuito do projeto é esse: mostrar que o impossível pode se tornar possível.” Perla Chagas Pinheiro
Por Daniel Xavier
Ver. Rever. Transver. É a partir desse conceito trabalhado por Manoel de Barros em suas poesias que as professoras da Escola Paroquial do Loteamento Samambaia desenvolveram o projeto “Café com Leitura”. Direcionada às aulas de Português, a iniciativa promoveu a escrita de poemas feitos pelos próprios alunos do Ensino Fundamental. Foram 22 livros produzidos por 500 estudantes petropolitanos e apresentados na programação local do Flipetrópolis na tarde deste sábado (4/5).
Com o tema “Transvendo Manoel de Barros – A literatura na sala de aula”, o painel foi mediado por Ana Paula Echternacht Fernandes e teve a presença das professoras Dábyla Tavares Silva Reis Lúcio, Perla Chagas Pinheiro e Talita Cabral da Ponte Carvalho, responsáveis pela execução do projeto.
“Eu já nutria uma paixão pelo Manoel de Barros. Meu mestrado foi feito em cima dele. E quando começamos a elaborar o projeto, que visava a integrar todos os alunos da escola, de diferentes séries, a escolha dos poemas dele me pareceu lógica. Porque encaixam com qualquer idade”, conta Talita, que leciona para crianças do Ensino Fundamental II e é quem fez a escolha do autor para o projeto.
A professora de Educação Infantil Dábyla Lúcio explica como foi o processo: “Levei uma aluna para observar um pingo de tinta vermelha. Esse é o passo do ‘ver’. É lógico. Depois, pedi para ‘rever’. Dizer o que ele a lembrava. Ela disse que parecia uma bailarina. Ao fim, a incentivei a ‘transver’. Trabalhar a imaginação. Ela contou que a bailarina estava dançando com duas fitas porque estava sozinha. As fitas viraram amigas da bailarina e, dessa forma, ela deixou de ficar só”.
“Apesar da Dábyla sintetizar bem, os professores tiveram dificuldades de compreender o ‘transver’. Eu mesma tive no meio do caminho. Porque nós adultos estamos condicionados a pensar logicamente. E o intuito do projeto é esse: mostrar que o impossível pode se tornar possível”, afirmou Perla Pinheiro, professora do Fundamental I.
O painel contou ainda com a leitura de poemas pelos alunos Ana Laura Nogueira Falque, Esther França de Azevedo Carvalho e Ana Clara Saldanha Soares.
“É muito importante estar aqui e trazer essa experiência para fora da escola. Principalmente, em um evento que promove a cultura brasileira. Sou muito grata pelo convite e pela oportunidade que o Flipetrópolis nos deu”, disse Ana Laura.

Lançamento
A programação local do Flipetrópolis também contou com o lançamento da antologia “Versos Escarlates 2”, uma obra coletiva de textos apimentados organizada pela autora petropolitana Catarina Maul e publicada pela Bem Cultural Editora. A obra conta com o trabalho de mais de 30 escritores.
Na ocasião, ainda houve a participação da Confraria da Poesia Informal, em um sarau poético, que ocorreu no Auditório 2. A Confraria promove um trabalho em que leva seus versos para várias cidades e eventos literários, embalado com cortejo poético, guarda-versos e muita inspiração.
Sobre o Flipetrópolis
A primeira edição do Flipetrópolis foi viabilizada pela Prefeitura de Petrópolis, o patrocínio do Grupo Águas do Brasil e o apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Todas as atividades realizadas dentro do Flipetrópolis são gratuitas. Com a curadoria de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti e Leandro Garcia, acontece entre os dias 1.º e 5 de maio de 2024, no Palácio de Cristal.
Serviço:
Festival Literário Internacional de Petrópolis – Flipetrópolis
De 1.º a 5 de maio de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Palácio de Cristal – R. Alfredo Pachá, s/n – Centro, Petrópolis / Programação Digital – YouTube, Instagram e Facebook – @flipetropolis
www.flipetropolis.com.br
Entrada gratuita