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Renata Felício propõe a contação de histórias como ferramenta no combate ao racismo

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“Creio que fazer este trabalho aqui, na ‘Cidade Imperial’, é uma ação disruptiva.” Renata Felício

Por Daniel Xavier

Promover uma sociedade antirracista por meio de narrativas infantis lúdicas. Essa foi a proposta que a escritora Renata Felício trouxe ao seu painel de contação de histórias no Flipetrópolis dessa sexta-feira (3/5). Autora do livro “O cabelo de Rebeca e o ninho de passarinho”, em que relata um caso de racismo que sua filha sofreu, a também professora usa essa vivência como ferramenta de mudança.

“Demorei muito tempo para me entender como negra, por ter um tom de pele mais claro. Não só isso, mas testemunhei casos e mais casos contra a minha mãe e minha filha, que são mais retintas. Sei como dói na alma. Então, resolvi me dedicar a promover uma educação antirracista, usando como método a escrita, que eu amo. De atuar na base, colocar o negro como protagonista. Creio que fazer este trabalho aqui, na ‘Cidade Imperial’, é uma ação disruptiva”, afirmou Renata Felício.

Com uma plateia formada majoritariamente por alunos da rede de educação do município, com idades entre quatro e seis anos, as crianças ressoaram em uníssono junto de Renata: “o importante não é a aparência, é o coração”. 

Foto: @alnereis

“Minha mãe é preta de olhos verdes. Sempre questionam se é lente. Quando eu era bebê, perguntavam a ela se era minha babá. O racismo se manifesta a partir das características físicas. No livro ‘O cabelo de Rebeca’,  narro um caso em que humilharam minha filha por conta do cabelo crespo dela. Eu aproveito para subverter a narrativa. Ninho de passarinho foi usado como depreciação. Mas o pássaro lembra a liberdade. Ele tem de voar. E ler é viajar sem sair do lugar”, explicou Felício.

Apesar da densidade do tópico abordado, a interação junto das crianças foi bem-humorada e descontraída. Canções embalaram a contação de história, finalizando o painel com os cabelos dos pequenos pintados de colorido.

Sobre o Flipetrópolis

A primeira edição do Flipetrópolis foi viabilizada pela Prefeitura de Petrópolis, o patrocínio do Grupo Águas do Brasil e o apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Todas as atividades realizadas dentro do Flipetrópolis são gratuitas. Com a curadoria de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti e Leandro Garcia, acontece entre os dias 1.º e 5 de maio de 2024, no Palácio de Cristal.

Serviço:

Festival Literário Internacional de Petrópolis – Flipetrópolis
De 1.º a 5 de maio de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Palácio de Cristal – R. Alfredo Pachá, s/n – Centro, Petrópolis / Programação Digital – YouTube, Instagram e Facebook – @flipetropolis
www.flipetropolis.com.br
Entrada gratuita