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Macunaíma é inspiração para o encontro entre Trudruá Dorrico e André Diasz

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 “Falar de Mário de Andrade é de fato abrir um arco gigante sobre a cultura brasileira e sobre a cultura do país.” André Diasz

Por Henrique Magini


Trudruá Dorrico, escritora indígena, e André Diasz, pesquisador e curador, falaram sobre “Macunaíma – O herói sem nenhum caráter” (1928), obra de Mário de Andrade,  com mediação de Sérgio Abranches, escritor, jornalista e curador do Flipetrópolis. 

Para nós, Macunaíma, e Macunaimã para o povo Macuxi, que o tem como uma entidade importante.

André Diasz, autor da biografia ilustrada de Mário de Andrade, falou da admiração por Tudruá e pelos seus estudos sobre os povos originários e de etnia Macuxi. Em seguida, declarou que, “falar de Mário de Andrade é de fato abrir um arco gigante sobre a cultura brasileira e sobre a cultura do País.” Reconhecendo também que existem “tensões não resolvidas entre avanços e conquistas” para que possamos debater questões que foram apagadas historicamente com o passar do tempo.

Antes de iniciar a sua fala, Trudruá explicou do costume indígena de pedir licença por estar em qualquer lugar. “Peço licença por estar nesse território.” Logo após, declarou que “a melhor forma de conhecer a cultura é ouvindo o que faz parte da minha cultura”. E prestigiou a todos com uma Parixara – gênero musical do povo Macuxi na língua original.

Foto: @alnereis

Trudruá explicou que Macunaíma faz parte do panteão do seu povo Macuxi – similar a Pagé – vinculado à história do Monte Roraima, mas foi demonizado na catequização indígena. Sendo assim, Trudruá foi  impedida de falar dele, e fala do filho Insikiran, que dá o nome ao Instituto na Universidade Federal de Roraima.

Quando questionado por Sérgio, André comentou que Macunaíma, à luz de Macunaimã, é ver “uma tentativa de encontrar uma brasilidade de Mário de Andrade, onde pouca gente naquele momento teve essa preocupação”, referindo-se a influências europeias existentes à época.

Trudruá citou também Jaider Sbell e Débora Goldemberg, com o projeto no livro e que é uma peça de teatro: “Macunaíma, o mito através do tempo”, para explicar a cronologia do não reconhecimento da plurinacionalidade dos povos indígenas.

Ao falar de seu livro “Eu sou macuxi e outras histórias”, Trudruá se questionou se ela mesma seria “Mario Andradiana ou Macuxi”. Devido à referência tão forte de Mário Andrade em seus livros.

” Fazer uma revisão histórica estando em uma cidade histórica é fundamental, inclusive para compreender a literatura brasileira.” Trudruá Dorrico

” Desejo a todos nós que sejamos mais afetivos, que tenhamos mais trocas e que tenhamos mais Flipetrópolis, que promove toda essa possibilidade.” André Diasz

 

Sobre o Flipetrópolis

A primeira edição do Flipetrópolis foi viabilizada pela Prefeitura de Petrópolis, o patrocínio do Grupo Águas do Brasil e o apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Todas as atividades realizadas dentro do Flipetrópolis são gratuitas. Com a curadoria de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti e Leandro Garcia, acontece entre os dias 1.º e 5 de maio de 2024, no Palácio de Cristal.

Serviço:

Festival Literário Internacional de Petrópolis – Flipetrópolis
De 1.º a 5 de maio de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Palácio de Cristal – R. Alfredo Pachá, s/n – Centro, Petrópolis / Programação Digital – YouTube, Instagram e Facebook – @flipetropolis
www.flipetropolis.com.br
Entrada gratuita