“Pensar na inclusão é pensar em todos.” Tajha Xavier
“Quero inspirar vocês com esses livros, para que vocês conheçam o rio mais próximo de vocês e pensem o que cada um pode ajudar a fazer para recuperar e a manter limpo esse rio.” Silvana Gontijo
Por Maria Luisa Rabello
O terceiro dia do Festival Literário Internacional de Petrópolis recebeu na programação infantojuvenil três importantes escritoras que contam histórias às crianças, com valores que chegam também aos adultos, que têm muito a aprender com o universo encantado da infância.
A apresentação da autora petropolitana Tajha Xavier debateu o papel da literatura para pensarmos uma Educação Inclusiva, a partir do seu livro “Pedro, o poderoso – Autismo e seus superpoderes”. A obra tem como personagem principal um menino autista, com hiperfoco em formigas. Tajha conta sobre as características que se mostram em pessoas dentro do espectro, como o entendimento de tudo de forma literal e o próprio hiperfoco, retratado em sua personagem.
A mediadora Aline de La Cruz conta da sua vivência como mãe atípica de um filho que faz parte do espectro autista, além de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), mencionando a demora e dificuldade no diagnóstico. Com isso, a autora afirma que seu livro é também para professores e pais, pensando no ambiente escolar e na importância de gerar uma visão de inclusão, tão cara ao ambiente escolar, que precisa entender as diferenças de todos, segundo a autora, algo louvável.
A seguir, o Flipetrópolis teve a apresentação de Martha Lagarta, autora e contadora de histórias, com mediação do também autor Leo Cunha, coautor de algumas de suas obras. A apresentação da dupla aconteceu em meio a brincadeiras e trocadilhos com as palavras. Em leitura de trechos de livros, como “Rima ou combina?” (2019) e “Culpado ou inocente?” (2019), os dois divertem a plateia com suas narrativas marcadas por poesias cheias de humor.
Seus jogos de palavras garantiram a diversão para as crianças. A apresentação é do começo ao fim um show de interação com a plateia, formada, praticamente, por crianças. Eles convidam o público sempre a participar do seu universo lúdico e encantado. Marta demonstra, a cada minuto em sua contação de história, o dom de atrair a atenção do público infantil.
Ao mesmo tempo, em outro auditório, a personagem Florisbella, de Beth Silveira, maravilhou a criançada, trazendo a contação de histórias com fantoches em atividade de dramatização, baseada no livro “O enigma do Trocano” (2023), da autora Silvana Gontijo, que narra a história de um grupo de amigos que se mobiliza na limpeza de um rio poluído, tema importante para a realidade petropolitana. A escritora fez especialmente a mediação da apresentação.
Silvana Gontijo, que tem uma longa carreira como escritora, vinda da área da comunicação, tornou-se autora de livros para o universo infantil de forma educativa. O livro apresentado está sendo especialmente lançado no Flipetrópolis e faz parte de uma coleção de livros que conta a história da “Turma do Planeta”, um grupo de amigos formados por humanos e animais, que têm em comum o amor pela música, trazendo temas importantes, como a amizade, o respeito às diferenças e o desenvolvimento da consciência ambiental.
Sobre o Flipetrópolis
A primeira edição do Flipetrópolis foi viabilizada pela Prefeitura de Petrópolis, o patrocínio do Grupo Águas do Brasil e o apoio cultural do Itaú e da GE Aerospace, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Todas as atividades realizadas dentro do Flipetrópolis são gratuitas. Com a curadoria de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti e Leandro Garcia, acontece entre os dias 1.º e 5 de maio de 2024, no Palácio de Cristal.
Serviço:
Festival Literário Internacional de Petrópolis – Flipetrópolis
De 1.º a 5 de maio de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Palácio de Cristal – R. Alfredo Pachá, s/n – Centro, Petrópolis / Programação Digital – YouTube, Instagram e Facebook – @flipetropolis
www.flipetropolis.com.br
Entrada gratuita